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Cerca de 450 famílias são retiradas de galpão em situação de risco

CDHU avança na desocupação de área em São Bernardo; moradores recebem oferta de financiamento de novas casas

Renan Soares
04/09/2024 | 23:24
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FOTO: Divulgação


A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) avançou no processo de desocupação da área conhecida como Galpão Eiji Kikuti, no bairro Cooperativa, em São Bernardo. Até o momento, cerca de 450 das 600 famílias já foram retiradas do local, que é considerado de alto risco. O objetivo é realocar os moradores em novas moradias seguras e regularizadas, por meio do programa Casa Paulista, na modalidade de CCA (Carta de Crédito Associativo). O projeto prevê a construção de 600 unidades habitacionais em dois empreendimentos.

Segundo a CDHU, 296 famílias já formalizaram a compra de seus novos imóveis com financiamento facilitado. Para viabilizar essas aquisições, o governo estadual investiu cerca de R$ 121,9 milhões. Durante o processo de desocupação, equipes da companhia montaram uma base de apoio no local, oferecendo orientação e suporte às cerca de 150 famílias que ainda permanecem no galpão. Simultaneamente, as casas desocupadas vêm sendo demolidas para evitar novas invasões. 

Diante dos perigos que a área apresenta – como incêndios, alagamentos e desmoronamentos –, as famílias estão recebendo um auxílio-aluguel de R$ 600 mensais enquanto aguardam a conclusão das novas moradias, estimada em dois anos. Esse valor é dividido entre a Prefeitura de São Bernardo e a CDHU.

“O foco da companhia é combater o déficit e a inadequação habitacional em suas formas mais graves, e a nossa atuação no Galpão Eiji Kikuti é um exemplo muito importante de como estamos atingindo esse objetivo. A desocupação tem que ser feita de forma rápida. No caso do galpão, metade das famílias já assinou contrato e 75% já saíram da área de ocupação”, explicou Ticiane Costa D’Aloia, diretora de Atendimento Habitacional da CDHU. 

Além disso, ela também destaca que, pelo CCA, a provisão de moradias a estas famílias ocorre de forma mais célere. “Ao mesmo tempo, a gente tem modalidades de atendimento, como o CCA, em que se reduz o ciclo de produção da moradia para levar dignidade de maneira definitiva e mais rapidamente a essas famílias que, agora, estão deixando as áreas de risco para um atendimento provisório.”

Entre os beneficiários está Michele Lorena Oliveira Bruno, 31 anos, mãe de duas crianças, que vivia havia mais de uma década no Galpão Eiji Kikuti. Para Michele, a mudança representa um alívio após anos de precariedade. “Muitas vezes não dá para deixar as crianças brincando porque chove e tem muito rato. A gente dorme preocupado, porque se pega fogo na casa do vizinho, vai pegar na minha”, diz. 

O programa Casa Paulista na modalidade CCA permite que a CDHU adquira unidades habitacionais diretamente de incorporadoras e as financie para os novos moradores. O primeiro conjunto habitacional, já em fase de contratação, será construído na Estrada da Cooperativa, no bairro Alvarenga, e contará com 296 apartamentos de 50 metros quadrados, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. Um segundo empreendimento, com as mesmas características, aguarda a finalização da documentação para ter as obras iniciadas.

REGIÃO

No Grande ABC, estão em andamento 18 empreendimentos da CDHU, que, juntos, somarão 4.541 novas moradias, distribuídas entre Santo André (1.662), São Bernardo (2.051), Diadema (632) e Mauá (196), com investimentos na casa dos R$ 817,3 milhões.




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