À espera da identificação e liberação do corpo de seu irmão, Luciano Trindade Alves, umas das vítimas do voo 2283 da Voepass (antiga Passaredo), que deixou 62 mortos na última sexta-feira (9), em Vinhedo, Luciene Trindade Alves relatou ao Diário a angústia vivida pela família.
Ao lado da mãe, Marlei Trindade Alves, e do marido, Ricardo Cavalcanti Alves, Luciene aguarda em um hotel da Capital uma ligação do IML (Instituto Médico Legal) que confirme a identificação de Luciano para enfim poder organizar velório e sepultamento.
“Os passageiros que estavam com digital foram identificados. Mas alguns serão por arcada (dentária) ou DNA. Nós estamos esperando com muita dor e sem previsão de ligação do IML para diminuir essa nossa dor. Está matando a gente... A cada minuto que passa”, disse Luciene.
“Nós levamos tudo o que foi pedido (para possível identificação) e colhemos amostras de DNA”, continuou Luciene, que explicou que os avisos às famílias ocorrem entre 9h e 17h.
Luciene afirmou ainda que o funeral do irmão deverá ser realizado em São Bernardo, já que os filhos estão no Grande ABC. Luciano tinha 49 anos, era divorciado e deixou três filhos: Guilherme, 26, Maria Luiza, 18, e Lívia, 13.
Nas redes sociais, Luciene se pronunciou nesta terça pela primeira vez desde o acidente e mostrou indignação com a Voepass. “Meu irmão morreu dessa forma e a culpa vai ser de quem?”, publicou. “Irmão, o que eu vou fazer da minha vida sem você? Eu preciso de você ainda”, continuou.
Luciano era supervisor de assistência técnica na empresa Sherwin-Williams Divisão Automotiva e morava Parque Selecta, no município são-bernardense. Ele estava no voo que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, voltando da aplicação de um treinamento na cidade paranaense.
Em comunicado, a empresa informou que o Luciano trabalhou por 27 anos na Sherwin-Williams em diversas funções na área técnica automotiva. “Onde se destacou por seu profissionalismo, ética e principalmente humanidade. A todos os familiares, clientes e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos. Sabemos como Luciano era uma pessoa admirável e que com certeza deixará um grande vazio no coração de todos que tiveram a honra e o prazer de conhecê-lo”, afirmou a companhia.
O Sindicato dos Químicos do Grande ABC também emitiu uma nota de pesar. "Neste momento de dor, a diretoria do Sindicato se solidariza com os familiares e amigos de Luciano e com a família de todas as vítimas deste terrível acidente", disse o comunicado.
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