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Mortes por dengue no Grande ABC aumentam 65% em dois meses

Grande ABC contabiliza 48 óbitos pela doença neste ano, enquanto números nacionais chegam a 5.059; vacina está disponível nas sete cidades

Beatriz Mirelle
09/08/2024 | 21:59
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FOTO: Divulgação


O Grande ABC registrou 48 mortes por dengue apenas neste ano. O número, atualizado no dia 7 de agosto, indica alta de 65,5% em dois meses, conforme levantamentos feitos pelo Diário para as sete cidades (eram 29 óbitos até junho). Os dados são do Governo do Estado de São Paulo. Em todo o Brasil, a marca já chega a 5.059 mortes pela doença desde janeiro – quatro vezes mais do que em todo o ano de 2023 (1.179). 

A região disponibiliza vacinação contra a dengue nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), com foco no público entre 10 e 14 anos.

Santo André é a cidade com mais óbitos (14 confirmados e seis em investigação) e com 11.554 casos confirmados. Em seguida, estão São Bernardo (dez óbitos confirmados, cinco em investigação e 4.975 diagnósticos positivos), Mauá (11 mortes, duas em investigação e 11.136 casos), Diadema (nove óbitos e 8.560 casos confirmados).

São Caetano registrou quatro mortes e tem 8.755 casos confirmados. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não contabilizaram nenhuma morte desde o início do ano, mas têm 848 e 218 diagnósticos positivos, respectivamente. 

Rebecca Saad, infectologista do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim), explica que os casos graves podem ser atribuídos à falta de preparo para identificar os sinais de alarme da dengue. “As instituições precisam estar prontas para não deixar passar esses sintomas, como uma dor abdominal contínua. Muitas vezes, médicos e enfermeiros não reconhecem isso como um alerta. Infelizmente, muitos pacientes acabam evoluindo para óbito por causa disso.”

Ela também explica que o termo dengue hemorrágica não é mais utilizado. “O paciente não morre por hemorragia, mas sim por extravasamento do soro, por choque hipovolêmico. De modo geral, é como se a membrana do vaso sanguíneo ficasse mais permeável e o soro do sangue passasse para outras áreas que não deveria.”

De acordo com a infectologista, o tratamento recomendado consiste em hidratação abundante para casos com sinal de alarme e graves. 

Com temperaturas climática mais altas, acima de 27 e 30 graus, há mais facilidade para a eclosão dos ovos e nascimento de novos mosquitos, o que leva a um aumento no número de casos. 

“É importante relatar que o desmatamento e as queimadas causam um desequilíbrio ecológico muito grande, o que pode contribuir para elevar esses casos de dengue, da manifestação do mosquito da dengue em vários ambientes. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento adequado. No geral, medicamentos à base de paracetamol e dipirona são os mais indicados, sempre na frequência e dose recomendadas pelo médico que atendeu ao paciente”, comenta Claudilson Bastos, infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde.

A doença pode ser identificada por mal-estar persistente, sonolência, dor abdominal que não cessa mesmo com medicamentos, vômitos frequentes, sensação de tontura, pressão baixa e sangramento ativo. 




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